Nossa identidade redefinida em Cristo
- Luís Felipe Barbosa

- 9 de abr.
- 4 min de leitura

Algo que é comum entre a juventude em geral é a busca constante para entendermos o nosso propósito de vida, nossa vocação e a nossa identidade. A ideologia contemporânea permite que as pessoas definam a sua identidade de uma forma individual e conveniente com seus desejos e anseios. Não há um padrão e inclusive quando se menciona algo parecido, isso é prontamente colocado em discussão por todos aqueles que defendem que o padrão não deve existir quando o assunto é identidade. Os ideais cristãos não agem desta mesma forma, nós temos sim um parâmetro, um padrão a ser seguido de identidade.
Importante reforçarmos aqui que quando falamos de identidade não queremos reduzi-la ao aspecto externo das pessoas como a aparência, não, isso não é o que está em pauta. Vamos mais além destes aspectos, vamos falar sobre as características morais, os desejos e as reações, isso definem muito mais a identidade das pessoas do que propriamente os seus aspectos físicos.
Devido ao pecado no Éden, todo homem nasce corrompido moralmente, todo homem nasce pronto para a prática do mal, todo homem nasce com a sua identidade deformada pelo pecado (GN 3; RM 3:23), mas como lemos nos artigos anteriores, em Cristo temos uma nova oportunidade de sermos novas pessoas, de uma mudança real e radical em nossas ações, de uma completa mudança de rota naquilo que somos e fazemos.
A partir de agora, mediante essa nova chance que nos foi ofertada, passamos a viver a vida de uma forma diferente, pois “...somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras...” e mais, nos conectamos com a identidade que estava nos aguardando desde o início dos tempos “...as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas” (EF 2:10).
A identidade fora de Cristo é distorcida e não é a ideal. Pessoas enganam, mentem, trapaceiam, há pessoas que fazem de tudo para alcançar seus objetivos sem se importarem com as consequências. A busca pelo prazer, pela satisfação nas coisas materiais, no poder e nas riquezas, isso tudo se mistura e confunde as pessoas na busca pela descoberta e entendimento da verdadeira identidade de quem nós somos. De fato, tudo isso tende a nos conceder um pouco de contentamento, mas um contentamento falso, fútil, que logo se dissipa.
Então precisamos entender: Quem nós realmente somos? Qual a nossa verdadeira identidade?
Nós agora somos Filhos de Deus, nós os que cremos e fomos justificados em Seu nome (JO 1:12; RM 5:1). E devido a isso, temos uma vasta e extensa lista de privilégios e responsabilidade (que não se limitarão a este pequeno artigo) que acompanham esta nova identidade.
Em contrataste com aqueles que andam guiados pelos seus próprios corações e vontades (EF 4:17), nós agora andamos guiados pelo Espírito do Senhor, na certeza de um caminho reto e recompensador. (RM 8:14). Com a nova vida, não andamos como outrora, como se tudo fosse feito do acaso, sem que exista alguém para o qual tenhamos que nos reportar, como andam os gentios (EF 4:18), nós agora temos a plena certeza de que fomos resgatados e que nossa vida precisa ser vivida para a glória de nosso Criador (IS 43:7).
Quando consideramos a nossa nova identidade, nós não devemos olhar para a nossa vida de uma forma irresponsável, como se pudéssemos fazer, pensar e dizer qualquer coisa, como se pudéssemos viver e desfrutar de todo e qualquer tipo de prazer possível (EF 4:19; PV 4:23). Devemos viver agora obedecendo os limites estabelecidos por Deus, seja em relação ao nosso corpo e/ou em relação a convivência com o nosso próximo (1PE 1:15-16; CL 3:14; JO 13:34). Agora não vivemos mais uma vida sem preocupação com as causas sociais, pois nosso Senhor recomenda o nosso amor e cuidado com todos (TG 2:15); agora nos importamos com as causas políticas pois não devemos ser omissos com a nossa sociedade (MT 5:6; 1TM 2:1-2); agora nos preocupamos com as causas ambientais, pois o Senhor nos deu a responsabilidade de cuidar do mundo e os animais (GN 1:26), acima disso tudo que façamos para a glória e honra do nosso Deus, pois temos a ciência de que o nosso Criador está sustentando e governando todas as coisas. A nossa vida não passa mais a ser medida pelo que temos ou não, pelos bens materiais que possuímos ou não, pois com a nossa nova identidade passamos a aprender a viver contentes em toda e qualquer situação (FP 4:11-13).
Por fim, a nova identidade nos enche de alegria e esperança, ao saber que além de desfrutarmos das bençãos da filiação com o Senhor aqui, neste presente mundo, podemos ter a certeza de que estaremos com ele para toda a eternidade (JO 14:1-3; 1CO 15:19). Essa nova identidade nos inibe das dificuldades diárias? De forma alguma, mas nos concede a força, a paz e a esperança para vivermos nossos dias, honrando ao nosso Senhor mesmo diante das situações adversas pois confiamos que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós (RM 8:18).
Que possamos nos aproximar do nosso Senhor para termos cada vez mais essa nova identidade refletida em nossas vidas e ações, para não confundirmos a nossa real identidade com aquilo que a cultura contemporânea tenta impor em nossas vidas diariamente.
Uma coisa é certa: Ele nos auxiliará! Aquele que começou a nos transformar há de terminar a boa obra em nós (FP 1:6).
Que o Senhor te abençoe e te guarde.

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