Na fraqueza da fé, uma mão estendida
- Vinicius Oliveira da Costa
- 31 de ago. de 2022
- 3 min de leitura

No capítulo quatorze do Evangelho de Jesus segundo Mateus encontramos o relato de uma travessia de mar a barco, a qual Jesus havia orientado que seus discípulos fizessem afim de chegarem ao destino planejado em sua rota, enquanto ele se despedia da multidão de mais de cinco mil pessoas que experimentaram a miraculosa provisão de Deus ao multiplicar cinco pães e dois peixinhos e não permitir que eles voltassem para suas casas sem estarem alimentados, também, fisicamente.
Nesse trajeto pelo mar, Jesus não estaria com eles. E na realidade, se formos considerar que a maioria deles eram pescadores experientes, que tiravam desse ofício a provisão para suas vidas e as de seus familiares antes de seguirem a Cristo, poderíamos até considerar que qualquer intercorrência nesse percurso poderia ser de fácil manejo diante dessa vivência prévia.
Mas não foi o que aconteceu, quando no meio do trajeto a barco eles foram pegos de surpresa por um forte vento, que agitou as ondas do mar e em sua violência castigou o barco impondo aos discípulos que usassem de seus próprios recursos para tentar impedir um possível naufrágio. O que não foi suficiente, pois a situação havia perdido o controle de qualquer competência humana em matéria de resolubilidade.
Acontece que a alguma distância dali, encontrava-se Àquele que criou o próprio mar. Sim, Jesus não estava com eles na travessia, mas não havia perdido de vista o lugar em que eles se encontravam. Ele esperou um tempo até socorrê-los, talvez o tempo necessário para que eles se dessem conta de que o seu conhecimento e experiência não eram suficiente para resolver aquela situação.
Foi assim, que Jesus andou sobre as águas caminhando firmemente entre ondas agitadas pelo vento. Os discípulos, apavorados com a possibilidade de o barco afundar, ao ver aquela aparição tiveram o seu medo intensificado. “É um fantasma?!”, asseveraram. Conjecturo que alguns possam até ter pensado que era a morte lhes vindo ao encontro. Vários devem ter sido os terrores que tomaram seus pensamentos, mas não a possibilidade de que era Jesus vindo salvá-los, como já experimentado outras vezes. Jesus então diz: “Não tenham medo. Coragem! Sou eu”. O ousado e caloroso Pedro, ainda incrédulo diz: “Se é realmente o senhor, ordene que eu vá caminhando sobre as águas até onde estás”. Jesus o convida a ir e ele, numa mistura de impetuosidade, medo e fé, vai.
Enquanto seu olhar está fixo em Jesus, Pedro consegue dar alguns passos sobre às águas à caminho do Mestre, mas de repente as circunstâncias adversas ao seu redor atraem a sua atenção, confundem as suas convicções e ele começa a afundar. No desespero das muitas águas, ele clama: “Senhor, salva-me!”. Imediatamente Jesus o socorreu, e o colocou a salvo no barco. O vento parou e os discípulos ficaram admirados com o poder de Jesus.
Na fraqueza da fé, Pedro não encontrou acusação, condenação ou retaliação. Jesus sabia bem o quanto determinadas situações que permeiam a vida humana poderiam ser assustadoras. Ele sabia e continua sabendo o quanto é chocante nos darmos conta de que não somos suficientes ou de que os nossos recursos, habilidades, conhecimentos e experiências não tem condições de nos livrar de determinadas circunstâncias adversas. É por isso que a oferta de Jesus foi uma mão estendida. Um socorro bem presente. Um encorajamento de que mesmo quando a nossa fé fracassa, o Senhor nunca deixa de nos assistir com sua graça e misericórdia.
Se hoje às águas em que o barco da sua vida navega estão agitadas, lembre-se de que há Alguém que não o perdeu de vista. Vá a Jesus. Não importam as suas circunstâncias. Haverá nEle uma mão estendida para te salvar.
Komen